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Vila Operária

Visita externa. Fica no centro do bairro de Galópolis, no entorno da igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompéia e da praça.

Chama a atenção o estilo arquitetônico que se diferencia das demais construções do bairro, que seguem o modelo trazido pelos imigrantes italianos. 

Acesso a Galópolis via BR 116 em direção ao Sul. Cerca de 12 quilômetros do centro. Estrada asfaltada. Tem linha de ônibus Galópolis. 



Hércules, um italiano visionário do setor têxtil Italiano e que se inspirava muito na indústria têxtil inglesa, reconhecendo a distância que o local tinha do centro de Caxias do Sul, do difícil acesso e deslocamento, pensava em como viver, na comida, na água enfim, na falta de infraestrutura do local. Observando essas questões, Galó idealizou em Galópolis uma Vila Operária ao modelo das vilas inglesas, além das moradias também planejou e idealizou opções para o lazer, estudos, saúde, igreja, enfim toda a infraestrutura para o local.  Hércules não conseguiu ver a Vila Operaria concluída, pois faleceu em 1921 antes do término das obras. 

 

VILA OPERÁRIA
A Vila Operária de Galópolis começou a ser construída em 1912 em virtude da fusão do Lanifício de Hércules Galló – que dá nome à região – com o capital da empresa Chaves & Almeida. Neste período a fábrica transformou-se em Lanifício São Pedro S.A. e tornou-se uma potência nacional.

     
 Lanifício São Pedro em 1948. Ao fundo, a Vila Operária de Galópolis, que já contava com a nova Igreja Matriz. Acervo do Instituto Hércules Galló.

Sendo de propriedade do Lanifício, a construção das casas integrava a política paternalista que a gestão da empresa inseria na Vila Operária, com o objetivo de imobilizar a mão de obra e mantê-la próxima à fábrica, junto de suas famílias. 


 Vila Operária de Galópolis e sua organização original, na primeira metade da década de 1930. Acervo do Instituto Hércules Galló.


Existia uma hierarquia na ocupação das residências geminadas, que eram mais de 180 no auge da produção fabril: as casas de alvenaria eram destinadas aos mestres-tecelões, gerentes e suas famílias; já as de madeira podiam ser ocupadas livremente pelos demais operários mediante aluguel simbólico.  
 


Grupo de operários e suas famílias em frente às moradias operárias que situavam-se ao lado da antiga Igreja, na década de 1940. Acervo do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami. 

Quando o Lanifício foi adquirido pelo Grupo Sehbe em 1979, o modelo de residências operárias deu lugar ao uso de ônibus fretados, ampliando a busca de mão de obra para outros locais próximos. Diante disso, as casas foram vendidas paulatinamente e a prioridade de compra ia para os trabalhadores que já as ocupavam.


 Festividade organizada pelo Lanifício na Praça Duque de Caxias na segunda metade da década de 1930, à época denominada Parque Ismael Chaves Barcellos. Acervo do Centro Comunitário e Cultural Galópolis.

Atualmente, a vila operária conta com 8 exemplares de casas em alvenaria no entorno da Praça Duque de Caxias e da Igreja e Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, todas construídas com tijolos aparentes feitos na olaria da fábrica e com revestimento interno em madeira, totalizando cerca de 80m² de área. Restam em torno de 7 moradias operárias em madeira, mas descentralizadas. 


 Vila Operária de Galópolis em 2012. Acervo de Marcelo Donadussi.

Esta importante vila operária representa mais do que somente um conjunto arquitetônico excepcional. A sua presença material e o alto nível.

 

Fonte

Geovana Erlo, 2022

Historiadora graduada pela Universidade de Caxias do Sul, mestranda em Museologia e Patrimônio pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mediadora e educadora para o patrimônio cultural no Museu de Território de Galópolis e Inventário Participativo de Galópolis.

Currículo Lattes:  http://lattes.cnpq.br/7499007465789111

E-mail: [email protected]


 

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