Malharia Raquel
A história da Malharia Raquel, que nasceu em Galópolis e chegou a ter 16 lojas próprias
Entre os negócios que ajudaram Galópolis a se desenvolver, esteve a Malharia Raquel, que pertenceu a Dolvarino Mincato e a esposa Dillá Vial Mincato. Em seu auge, ela chegou a ter 16 lojas próprias, além da fábrica e das lojas multimarcas que também abastecia. O número de funcionários chegou a 150, sendo a grande maioria moradores da localidade, ou seja, este foi um negócio que contribuiu para o crescimento econômico do local. Conforme Dillá Vial Mincato, fundadora do negócio, ele tem esse nome porque na época em que o abriu, nos anos 1970, estava grávida da sua filha, que se chamaria Raquel. “A primeira unidade foi em um porão, quando me ofereceram duas máquinas que faziam malhas. Eu tricotava, entendia um pouco e decidi começar junto com a Claudete”, conta.
A empresa deu certo e, um tempo depois, foi preciso decidir entre construir um pavilhão ou comprar uma nova máquina. As sócias decidiram investir em máquinas e se instalaram onde funcionava o sindicato. Para usar como expedição, compraram uma casa antiga de madeira que ficava ao lado. “O rio transbordou e invadiu o porão e, antes disso, já havia dado um vendaval que levou o telhado de zinco embora”, relembra Dillá. Elas seguiram em frente, sempre evoluindo em relação ao maquinário. Das manuais, foram para as elétricas, passaram pelo modelo que trabalhava com três ou quatro cores e chegaram até as eletrônicas italianas. “A gente programava e tudo acontecia! Como não tinha lugar na nossa sede, acabamos instalando em outro prédio”, relata.
Essa decisão, tomada por necessidade, seria crucial em uma intercorrência futura. O prédio principal era mais antigo e, em 1993, um curto circuito acabou provocando um incêndio. Toda a estrutura da Malharia Raquel foi queimada, sobrando apenas as duas máquinas mais novas, que estavam em outro lugar. O incidente chegou a ser noticiado na edição de 7 de agosto de 1993 do jornal Folha de Hoje. Mesmo com o impacto, Dillá seguiu até o ano 2000, quando decidiu se aposentar. Porém, a história da malharia não se encerrou. Por alguns anos, a empresa foi tocada por integrantes da família, mas problemas de saúde obrigaram o fechamento por dois anos. “Quando o meu marido morreu de covid, a Mari assumiu”, informa, referindo-se a Marimilda Dall’Agnol Bordin, uma ex-funcionária, que sempre trabalhou na malharia e em diversos setores e possuia amplo conhecimento do setor, comprou o negócio, alterou o nome para Malhas Tevere e segue atuando
Este conteúdo integra o projeto Patrimônios, lendas e marcos de Caxias do Sul, financiado pela Lei Paulo Gustavo de Caxias do Sul.
Produção, organização e Curadoria: Marivania L. Sartoretto
Texto: Paula Valduga
Fotos: acervo Dilla Mincato
Ano: 2025
Para creditar
SARTORETTO, Marivania L.; VALDUGA, Paula. A história da Malharia Raquel, que nasceu em Galópolis e chegou a ter 16 lojas próprias. Caxias do Sul: Patrimônio, Marcos e Lendas / Lei Paulo Gustavo, 2025. Disponível em: https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/patrimonios/patrimonios-e-lendas/malharia-raquel
Referências
FOGO destrói malharia em Galópolis. Jornal do Comércio. Caxias do Sul, materia da capa, 07 de ago. 1993. Acervo: Fundação Biblioteca Nacional (Brasil). BNDIGITA
Depoimento de Dillá Vial Mincato e Marimilda Dall’Agnol Bordin