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Ferraria de Paulino Neis

Ferraria de Paulino Neis: um estabelecimento que ficou marcado na história de Forqueta

Ferraria de Paulino Neis é um marco na trajetória de Forqueta   

 

A Ferraria de Paulino Neis é um daqueles negócios que fazem parte das lembranças de muitos moradores de Forqueta. A empresa dele, fundada em 1925, foi o lugar onde um grande número de pessoas encontrou a solução para produtos que precisava comprar ou consertar e, além disso, um espaço para confraternização e discussões de ideias a respeito da localidade. Essa segunda função estava diretamente ligada não apenas à dedicação de Paulino à Forqueta, mas, também, ao fato de que todo mundo gostava de conversar com ele. “O meu avô era um querido, um amado. Uma pessoa altruísta procurada até mesmo para dar conselhos”, conta a neta, Delaine Cristina Dal Ri.

Paulino nasceu em 17 de fevereiro de 1905 em Montenegro e começou a sua atuação como ferreiro em Nova Milano, onde viveu por um tempo com a família Baumgartner. Depois de prestar serviço militar (na época chamado de Tiro de Guerra), ele não conseguiu seguir essa carreira e acabou abrindo o próprio negócio. A pequena ferraria começou devagar e acabou se tornando um espaço que resolvia problemas. Por lá, ele construiu de tudo: rodas de carroça, enxadas, arados, machados. A sua habilidade era tão grande, que Paulino chegou a fazer um moinho para uma das colônias de Forqueta. Se ele não tivesse as ferramentas necessárias para construir algo, as fabricava também, assim como o espaço para trabalhar. “Uma parte da ferraria também foi construída por ele, toda de tijolo à vista. Ele ergueu em 17 dias, quando tinha 20 anos de idade”, detalha Delaine.

Ela conviveu muito com o avô e, quando criança, adorava ficar olhando para ele enquanto trabalhava e ouvir histórias. Conversar com Paulino, aliás, era algo feito pela família e também pelos amigos que ele tinha em Forqueta. Era comum eles se reunirem por lá para fazer churrasco e confraternizar e, nesses encontros, falavam sobre ter um clube. Foi na ferraria que nasceu a ideia de fundar o Clube União Forquetense, uma história que ele mesmo fez questão de deixar escrita. A neta seguiu essa prática e também tem registrado com papel e caneta episódios contados pelo avô. “Eu tenho a intenção de fazer um museu, então invisto em reformas do espaço, cuido dos equipamentos e escrevi muito do que ele me contou, para não esquecer”, explica.

Prédio onde funcionava a ferraria em Foqueta  segue em pé.

A ferraria funcionou até o ano de 1989, quando ele faleceu. Devido à doença, Paulino precisou parar de trabalhar seis anos antes de partir. Enquanto conseguiu, esteve lá fabricando e consertando peças. Durante toda essa trajetória, viveu duas fases. De 1925 até 1955, a ferraria fabricava produtos. Neste ano, ele a fechou e foi para Bento Gonçalves atuar com uma importadora comercial. Porém, em 1959, resolveu voltar e retomar ou seu antigo negócio. Como nessa época o mundo já havia mudado um pouco, agregou os serviços de oficina mecânica, o que fez com a empresa seguisse próspera até o final da vida do fundador. Desde lá, está fechada, mas com seu legado preservado. E, quem sabe, não vira mesmo um museu em breve. Torcemos por isso!

 

Este conteúdo integra o projeto Patrimônios, lendas e marcos de Caxias do Sul, financiado pela Lei Paulo Gustavo de Caxias do Sul.

Produção, organização e Curadoria: Marivania L. Sartoretto

Texto: Paula Valduga

Fotos: Marivania L. Sartoretto

Ano: 2025

Para creditar

SARTORETTO, Marivania L.; VALDUGA, Paula. Ferraria de Paulino Neis é um marco na trajetória de Forqueta. Caxias do Sul: Patrimônio, Marcos e Lendas / Lei Paulo Gustavo, 2025. Disponível em: https://guiadecaxiasdosul.com/2019/painel/userfiles/common/ferraria-em-forqueta-paulino-neis-2-gg.jpeg

Referências

Depoimento de Delaine Cristina Dal Ri, neta de Paulino Neis.