Estrada até Sebastopol a beira do rio Caí
Caxias do Sul fica localizada no divisor de águas entre as bacias dos rios Caí e Taquari-Antas. Pode-se dividir o Rio Caí em três trechos com características distintas:
Curso Superior: das nascentes até a foz do Rio Piaí, trata-se do trecho com maior declividade (entre 0,15 e 3,5%) na região nordeste da bacia - região de planalto e encosta de planalto. O leito do Rio Caí é, aí, reduzido a uma calha estreita, com margens íngremes. Os afluentes têm suas nascentes em cotas que podem ultrapassar oitocentos metros, ocorrendo formação de cataratas.
Curso Médio: da foz do rio Piaí até São Sebastião do Caí. Essa é a zona central e nordeste da bacia, havendo alternância de trechos com corredeiras e trechos com escoamento lento.
Curso Inferior: de São Sebastião do Caí até a sua foz. Essa é a parte mais plana do rio e da bacia, onde o rio apresenta maior vazão mas, como percorre área plana, adquire menor velocidade, podendo haver refluxo principalmente em épocas de estiagem.
A precipitação média anual é variável, podendo atingir 1 400 mm nas nascentes e 900 mm a jusante de São Sebastião do Caí até a foz, sendo, este, o menor índice pluviométrico da bacia dos formadores do rio Guaíba.
Curso Médio do Rio Caí
É acompanhado pela estrada pavimentada que vai costeando o rio. Encanta pela beleza da água e pelos paredões verdes.
Percorrer a estrada que liga a BR-116 até a localidade de Sebatopol, passando pela ponte do Rio Piaí, permite conhecer um cenário único. Seguindo pela Estrada Municipal João Edgard Jung, chega-se até Santa Lúcia do Piaí por um caminho todo pavimentado, com uma vista encantadora e o majestoso Morro Malakoff.
O RIO CAÍ E SUA IMPORTÃNCIA
Em 1888 construi-se no porto de São Sebastião do Caí, um cais que foi aumentado mais tarde, prestando inestimáveis serviços à Companhia de Navegação. Faziam parte do patrimônio da Companhia, os vapores CAXIAS, OTTO E HORIZONTE, que se revezavam no escoamento da produção de cereais, vindos da colônia italiana e alemã com destino a Porto Alegre.
Entre 1920 e 1930, toda a movimentação de mercadorias e passageiros de São Sebastião do Caí e Porto Alegre era feita por águas, na época das gaiolas do rio Caí. As gaiolas eram barcos movidos a vapor com duas caixas d’ água movidas por pás giratórias. No verão, quando o rio ficava com seu nível baixo do normal, havia muitos locais onde as gaiolas encalhavam.
A companhia União de Navegação Fluvial, desempenhou importante papel na vida e na economia de nosso município, transportando mercadorias, distribuindo riquezas, numa época em que as vias de comunicação, principalmente a terrestre eram dificílimas e até inexistentes em certos pontos de nosso estado.
Posteriormente, quando o transporte passou a ser feito por estradas, terminaram as navegações em São Sebastião do Caí.