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Farmácia Noll

Pharmácia Palmyra atendeu doentes em Nova Palmira por 44 anos


Leva o sobrenome Noll também a farmácia que existiu às margens da Estrada Rio Branco, em Nova Palmira. O negócio foi fundado por Alcides Noll, nascido em 30 de maio de 1903. Ele era filho de Germano Noll e Maria Ullmann, que ganharam a casa comercial de presente de casamento. Alcides teve oportunidade de estudar e, aos 20 anos de idade, foi morar em Porto Alegre para cursar Farmácia.

Os anos primários de escola foram cumpridos em Nova Palmira, com o professor Antonio Jacoby. Depois, para concluir o equivalente ao Ensino Médio, ele precisava viajar a Santa Cruz do Sul. Para fazer o percurso até lá, levava três dias, conforme está detalhado no livro Vila Cristina: História e Memória, de Germano Noll e Liliana Alberti Henrichs, publicado em 2016:

“No primeiro dia, viajava de cavalo até Feliz, pousava na casa de tios; no segundo dia, seguia de cavalo até São Sebastião do Caí, pousava novamente na casa de tios; e no terceiro dia, partia de madrugada de carruagem até a Estação Azevedo, em Santana do Rio dos Sinos (atual Capela de Santana) e dali seguia de trem até Rio Pardo. Restavam ainda trinta e um quilômetros, percorridos ou com outro trem ou novamente por carruagem até Santa Cruz do Sul. Chegava de noite.”

Após terminar essa etapa, transferiu-se, então, para a capital, onde cursou a Escola de Pharmácia, uma instituição particular fundada em 1895. Posteriormente, ela foi incorporada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Depois de concluir o curso, que durava três anos, Alcides foi trabalhar na Pharmácia Guarany, em Porto Alegre. Em 1928, uma enchente no Rio Guaíba inundou o estabelecimento. No ano seguinte, quando visitava a família em Nova Palmira, atendendo a pedidos do pai e dos irmãos, ele decidiu abrir a própria farmácia.

O contexto era favorável naquele ano de 1929. O movimento no moinho e na casa comercial era intenso, o que garantia que ele teria uma boa clientela. Além disso, aquela comunidade era totalmente desprovida de atendimento de saúde. O negócio foi instalado em uma casa que havia sido construída em 1913 e, por muito tempo, abrigado o mestre moleiro do moinho. O nome dado foi Pharmácia Palmyra. Como o curso de farmácia, naquela época, era metade do curso de Medicina (mais três anos de estudo), as pessoas que optavam pela primeira parte tinham uma boa formação. Além de manipular remédios, o farmacêutico também podia fazer exame de urina, medir a pressão arterial, medir a temperatura, aplicar vacinas e outras injeções, fazer curativos e interpretar raio x, o que era uma grande modernidade para aquele tempo. Em 1950, surgiu a Penicilina, o primeiro antibiótico.

No livro Vila Cristina: História e Memória, de Germano Noll e Liliana Alberti Henrichs, publicado em 2016, os autores escrevem que o farmacêutico Alcides era considerado um verdadeiro médico e citam um trecho do livro de memórias escrito por Aida Rotta Antunes:

“Germano Noll conseguiu formar um filho médico como clínico geral, e que tinha uma farmácia ao lado que também era da família. Ele atendia, na farmácia, a maior parte dos problemas de saúde, mas quando o problema era mais grave, ele mandava o doente para Caxias, especialmente para o Hospital Carbone.” (ANTUNES, Aida Rotta. Muitas felicidades: muitos anos de luta. 2013)

Por muito tempo, Alcides enviou pacientes para o Dr. Virvi Ramos, em Caxias do Sul, de quem era amigo. A partir de 1960, porém, Ramos estava com muito trabalho, e os doentes de Nova Palmira passaram a consultar médicos em Nova Petrópolis. Quando os casos não eram graves, seguiam sendo tratados por Alcides, que atendia todos os dias, 24 horas. A Pharmácia Palmyra funcionou por 44 anos, de 1929 até o dia 22 de setembro de 1973, quando Alcides Noll morreu de infarto.