Casa da família Papke
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Casa da família Papke: relíquia preservada desde 1927
A casa da Família Papke é uma verdadeira relíquia preservada às margens da Estrada Rio Branco. Na fachada, exibe o ano de construção: 1927. E nas paredes bem cuidadas, o estilo enxaimel, uma das marcas arquitetônicas dos imigrantes alemães que povoaram Nova Palmira. Foi construída por Germano Papke em outro lugar, desmontada e remontada nessa propriedade.
O bisneto dele, Daniel Germano Papke, conta que o bisavô veio da Pomerânia, uma região onde atualmente é a Polônia, e se instalou na localidade de Sebastopol em 1859. “Primeiro, meu bisavô viveu em Sebastopol. Depois, ele comprou um lote em Nova Palmira e construiu essa casa”, diz. Um tempo mais tarde, decidiu ir para a propriedade onde a casa está agora, e então ela foi desmanchada. “As madeiras que caracterizam o estilo enxaimel foram numeradas para que fossem colocadas exatamente no mesmo lugar quando a casa foi reconstruída”, acrescenta Daniel.
Ele nasceu nessa propriedade e frequentou a casa quando o avô, Balduíno Papke, vivia nela. O sentimento da família por essa construção e pelo que ela significa para a história da localidade motivou a restauração, por volta do ano 2000. “Essa casa tem um valor muito especial para a nossa família. Eu moro um pouco para cima e a vejo todos os dias”, acrescenta Daniel. O interior também está preservado e guarda diversos objetos antigos. Há ferramentas, chaleira, chuveiro, armários, ferro de passar, panelas e prensa de cana, entre outros objetos. Eles estão expostos e transformam o lugar em um museu privado. “O museu é só para nós, porque é a história da nossa família e queremos preservar. Não abrimos porque não temos como atender, receber as pessoas”, complementa Daniel.
O importante, para ele e para o restante da família, é que a memória dos Papke seja mantida. “A Estrada Rio Branco, por muito tempo, foi o principal acesso para Caxias do Sul. E a casa dos nossos antepassados ficava às margens dela. Essa história tem muito valor e nós fazemos questão de preservá-la”.
O enxaimel, ou Fachwerk (em alemão) é uma técnica de construção na qual as paredes são montadas com vigas de madeira em posições horizontais, verticais ou inclinadas, cujos espaços são preenchidos com material de fácil utilização no local. Os tramos podem ser preenchidos com tijolos, pedras, adobe, taipa, dentre outros materiais, e geralmente não se utiliza reboco. O tramado de madeira confere estilo e beleza às construções do gênero, produzindo um caráter estético privilegiado. Outras características são a robustez, eficiência estrutural e baixo custo de edificação. Esse padrão arquitetônico é historicamente atribuído às regiões germânicas, porém passou por inúmeros processos de adaptação ao longo do tempo derivados da mudança na disponibilidade de recursos naturais. Também houve a inserção de elementos estruturais inexistentes em sua origem, tais como blocos de pedra e alvenaria. O quadro de madeira é muitas vezes deixado exposto no exterior do edifício.
As casas no chamado "estilo" (técnica construtiva) enxaimel são uma das principais atrações turísticas em qualquer região de colonização alemã. Quando os primeiros alemães chegaram ao Brasil, a arquitetura enxaimel já não era utilizada havia muito tempo, mas foi considerada a mais adequada para as condições encontradas aqui.
Além de fortes, as casas eram baratas e de construção simples. Enxaimel quer dizer enchimento. Primeiro, era construído o esqueleto da casa, todo de toras grossas de madeira. Entre as vigas verticais eram colocadas as horizontais e, nas extremidades das paredes, algumas em ângulo, para evitar inclinação. Pronta a "caixa", os espaços eram completados com materiais disponíveis de acordo com a região: no Rio Grande do Sul, há fechamentos com taipa, barro socado, tijolos maciços rebocados e até mesmo pedras grês cortadas.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Enxaimel