Solferti

Solferti vende fertilizantes para todo o Brasil e para o Paraguai

Empresa de Fazenda Souza existe desde 2002 e está abrindo mercado na Bolívia

A visão empreendedora e a capacidade de Rogênio Isidoro Rech de entender o que cada cliente precisa são responsáveis, ao lado de muito trabalho, pela história de sucesso da Solferti, uma indústria de fertilizantes foliares em Fazenda Souza. Do distrito caxiense, o produto sai para todos os Estados do Brasil e para o Paraguai. Em breve, deve estar na Bolívia, onde a equipe trabalha na abertura de mercado.

Ao lado da família, a esposa Marcia e os filhos Felipe e Jamile, Rogênio conduz um negócio que se transformou em indústria de forma natural, a partir de uma percepção dele. A trajetória começa em 1989, quando ele decidiu sair de uma sociedade de um posto de combustível e atuar na venda de sementes, mercado que já conhecia um pouco. "Eu tinha uma experiência na comercialização em cooperativas”, conta. O negócio próprio iniciou com um celular - em uma época em que eles ainda eram muito raros - e um Fusca que havia ganho do pai. “Eu não tinha capital para investir, então eu vendia o produto que não estava na minha mão, vendia antecipado. O cliente comprava sementes, fertilizantes, insumos, eu ia comprar no fornecedor e entregava”, relembra.

Com o tempo, o negócio foi dando certo e ele passou a ter estoque. Por ser pequeno em um mercado com grandes comércios, tentava buscar uma marca que ninguém tinha, um atendimento diferente, algo que fizesse com que pudesse competir. Durante o tempo em que atuou dessa forma, Rogênio percebeu que os fertilizantes foliares eram o produto que dava mais margem e com o qual ele gostava de trabalhar. “Eu me aprofundei, vi os problemas que existiam no mercado e então percebi que precisava fabricá-los”, relata.

Em 2002, surgiu a Solferti, que começou pequena e funcionando paralelamente às vendas da loja. Por cerca de quatro anos, os dois negócios seguiram juntos. Em 2005, a fábrica já foi para um lugar maior, onde está até hoje. Por ter visitado várias, ele sabia da importância de ter um laboratório próprio e possibilitar que fosse visitado. “Assim, eu deixaria clara a qualidade do produto que eu fabricava”, salienta. Já nos primeiros três anos, de 2002 a 2005, quando era apenas um protótipo, a Solferti já começou a vender para fora do Estado. E de 2005 pra frente, cresceu de forma exponencial. A transição de comércio para indústria aconteceu e a loja foi fechada. “Naquela época, eram poucas marcas nacionais, e passei a vender para todos os Estados do Brasil”, lembra.

Hoje, a produção segue toda em Caxias do Sul, mas no Paraguai já foi construído um Centro de Distribuição. O mercado da Bolívia está sendo aberto e a tendência é que a Solferti siga nesse ciclo de crescimento. Porém, Rogênio faz questão de destacar que o caminho foi cheio de percalços. “Bati contra os grandes, mas consegui sobreviver e crescer no mercado”. Oferecer uma consultoria, a partir do entendimento do que o cliente precisa, é uma forma de qualificar o serviço, ajudando o produtor a usar o produto da forma correta, para que ele tenha os melhores resultados.

O trabalho, a visão e esse cuidado especial com o cliente fazem da Solferti atualmente uma empresa com 90 pessoas trabalhando em Caxias do Sul e 15 no Paraguai. Natural de Santa Lúcia do Piaí, Rogênio fez técnico agrícola em Bento Gonçalves, trabalhou em cooperativas e transferiu para a família a sua paixão pelo setor. Felipe conta que era normal eles pararem em clientes nas viagens de férias. “Nós sempre estivemos perto, víamos o pai conversar com os clientes e conforme crescemos, fomos conhecendo melhor a empresa”. Hoje, eles trabalham lá e pretendem dar seguimento a essa história. Para atender desde pequenos até grandes produtores, Rogênio segue ao lado dos filhos trabalhando sem parar e deixando seus ensinamentos como um valioso legado.