Sindigal é fundamental para o desenvolvimento de Galópolis
Uma das melhores formas de explicar o significado do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem do Distrito de Galópolis (Sindigal) é dizendo que a sua história está totalmente integrada à da localidade. E não apenas porque existe desde 26 de março de 1934, mas também porque sempre esteve envolvido com a comunidade na busca de soluções para as necessidades do bairro. Nessa primeira data, foi montada a primeira diretoria, para criar a entidade. A fundação, com assembleia, aconteceu no dia 13 de agosto de 1939, e o registro no Ministério do Trabalho, em 28 de janeiro de 1942. Durante todo esse tempo, o Sindigal já funcionava e se integrava a Galópolis.
Renato João Dall’Agnol, presidente da entidade desde 1990, reforça a atuação próxima da comunidade. Nascido em Santa Lúcia do Piaí, foi morar em Galópolis em 1978, para trabalhar no Lanifício São Pedro, como muitos caxienses da época. Após passar por diversos setores dentro da empresa, teve seus valores e sua forma de agir conhecidos e aplaudidos, o que culminou com a sua eleição para a presidência, concorrendo com outras duas chapas. Ele segue na presidência até hoje.
Desde lá, entende a importância de o lugar ter um sindicato próprio e ampara-se na legislação a cada tentativa de mudar essa situação. “Até 1988, quando foi criada a Constituição Federal, era possível ter sindicatos distritais no Brasil. Quando a constituição proibiu isso, determinou que os que haviam sido criados antes poderiam seguir nessa condição”, explica. Foram várias tentativas de incorporar o Sindigal no sindicato municipal, que abrange Caxias do Sul, mas eles estão protegidos pela lei e entendem que é importante manter a entidade da forma em que está, justamente pela proximidade com os moradores e o apoio no desenvolvimento de Galópolis. “O Sindigal existe para beneficiar as pessoas daqui”, afirma.
A integração com o bairro é tanta, que não há necessidade de atuar no setor de fiação e tecelagem para se associar. O Sindigal é aberto a qualquer morador. “Temos quase 5 mil associados, e a grande maioria é autônomo. As pessoas se associam para ter direito a médico, dentista e outros benefícios, elas reconhecem o valor do sindicato”, completa Renato. Entre os convênios, há diversas especialidades médicas atendidas pelas operadoras Círculo Operário e Humana Saúde, assessoria jurídica, psicologia, fisioterapia, laboratórios, farmácias, óticas, faculdade e clínica veterinária. Porém, a atuação vai muito além do que é disponibilizado a associados e seus dependentes. O Sindigal está ativamente ao lado da Associação de Moradores de Galópolis (AMOG), do campo de futebol e de qualquer outro lugar em que puder colaborar.
Entre os marcos da sua história, vale destacar que, em 1945, aconteceu pela primeira vez uma discussão do sindicato com a fábrica têxtil a respeito das leis sobre férias e a demissão de funcionários com base no acordo coletivo, que solicitava prazo de defesa para os demitidos. “Foi a partir disso que o sindicato passou a assumir um papel representativo nos interesses dos operários em relação às condições de trabalho e aos salários”, explica Renato. Antes desse marco, a decisão sobre os valores pagos era exclusiva da empresa.
Três anos depois, em 1948, foi oficializado o primeiro dissídio coletivo, com um aumento de 35% sobre os salários vigentes e considerando uma série de condições registradas na Justiça do Trabalho. Com a forte atuação dando resultado, era a hora de pensar em uma sede própria, o que marcaria a saída do Círculo Operário, onde a entidade estava instalada. O primeiro prédio construído para o sindicato foi inaugurado em 1951, na BR-116, e contou com a ajuda de vários associados, que doaram materiais. Posteriormente, em setembro de 2013, houve a mudança da sede administrativa para a Rua Ismael Chaves. O prédio da BR-116, porém, segue sendo utilizado até hoje como a sede social e para alguns atendimentos de convênios. O segundo piso, o salão de festas é palco de uma série de eventos, reforçando o envolvimento do Sindigal com a comunidade, esse local está disponível para a comunidade fazer locação e a realização de eventos privados.
Outro momento muito importante na trajetória do sindicato aconteceu em 1999. Naquele ano, o Lanifício Sehbe passou por uma crise e, durante um longo período de greve dos trabalhadores, o Sindigal organizou a criação de uma cooperativa com os funcionários, a qual acabou assumindo a empresa e mantendo a produção dos artigos têxteis na fábrica de Galópolis. Desde lá, a cooperativa é a proprietária do negócio. Além de salvar empregos e manter essa atividade econômica, a criação da cooperativa também contribuiu para a preservação de uma etapa muito importante da história de Galópolis. Para Renato, esse é um dos principais marcos de um legado que vem contribuindo e ainda tem muito a entregar a Galópolis.
Os presidentes do Sindigal
• Euclides M. Canale - de 02/05/41a 01/06/42
• Antônio Felippi - de 02/06/42 a 10/09/44
• Ângelo Toniolli - de 11/09/44 a 20/11/45
• Hilário J. Buselatto - de 21/11/45 a 20/05/48
• Aquelino Felippi - de 21/05/48 a 28/05/49
• Avelino V. Comerlato - de 29/05/49 a 08/11/50
• Hilário José Buselatto - de 09/11/50 a 09/06/55
• Virgílio Comerlato - de 10/06/55 a 17/08/57
• Hilário José Buselatto - de 18/08/57 a 27/04/71
• Claudino Moschem - de 21/06/71 a 26/04/72
• Elmo Rippel - de 27/04/72 a 25/06/78
• Ivo Antônio Sartor - de 26/06/78 a 12/08/84
• Antônio V. Maschio - de 13/08/84 a 15/08/90
• Renato João Dall’Agnol - de 16/08/90 até o momento