A ilustre casa da Sociedade Esportiva Recreativa Caxias
Em dias de treino, o acesso pode ser restrito a alguns setores. Estacionamento gratuito. Em dias de jogos, estacionamento destinado a sócios.
Horário de atendimento, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, mediante agendamento por telefone.
Linhas de ônibus que circulam nas proximidades: Linha 37 Tijuca, Linha Cinquentenário (direção zona Oeste) e Coletora Norte e Coletora Sul. Táxi-lotação Linha Shopping/UCS.
Para realização de passeio em todo o roteiro La città, sugere-se acompanhamento de guia de turismo.
Celeiro de estrelas do futebol
Construído no período de sete meses, em 1976, o Estádio Francisco Stedile, popularmente conhecido como Centenário, é uma das referências de Caxias do Sul no cenário futebolístico e cultural. Nele, surgiram grandes nomes do futebol brasileiro como os técnicos Luiz Felipe Scolari, pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira, e Adenor Bachi, o Tite, campeão mundial com o Corinthians e hoje na Seleção Brasileira. Também foi o palco da primeira participação de um clube do interior do Estado, a Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias do Sul, no Campeonato Brasileiro, naquele ano. A equipe só garantiu a vaga após confirmar a construção da obra.
Localizado no setor oeste da cidade, próximo da RST 453, que inicia a ligação de Caxias com Porto Alegre, o estádio tem capacidade para cerca de 30 mil torcedores. Por ter o campo rebaixado pouco mais de dois metros em relação às arquibancadas, oferece uma ampla e boa visão aos torcedores. O setor das cadeiras chama a atenção pela altura e distância do gramado.
O estádio: espaços e atrações
Na frente do estádio há um posto de combustíveis, em área locada. Além do gramado principal, há dois suplementares, na parte dos fundos, nos quais são realizados os treinamentos.
O espaço ainda possui concentração, refeitórios, sala de musculação e outros serviços aos atletas.
Visitas guiadas
Para o público, o clube oferece visitas guiadas, mediante agendamento. É possível percorrer os diferentes setores de arquibancadas, as cabines de imprensa, localizadas no setor mais alto, a sala de troféus e a loja Falcão Grená, onde são oferecidos artigos oficiais.
Visitas ao gramado e arquibancadas dependem da programação da comissão técnica. Como em certas oportunidades são realizados os chamados treinos secretos, o acesso é limitado.
Palco de grandes jogos
O Centenário ocupou o lugar da velha Baixada Rubra, o estádio do Grêmio Esportivo Flamengo, que antecedeu o Caxias.
A inauguração, em 12 de setembro de 1976, foi com a vitória grená sobre o Inter, por 2 a 1 - uma das três derrotas coloradas naquela competição, que marcou a conquista do bicampeonato brasileiro. Manga, Figueroa, Dario, Valdomiro, entre outros ídolos do clube da capital, participaram. Três dias depois, o Caxias empatou em 0 a 0 com o Palmeiras de Ademir da Guia, Leão, Leivinha e companhia. Essa partida marcou a inauguração dos refletores do estádio.
Entre os grandes jogos, o maior de todos ocorreu em 14 de junho de 2000. A vitória de 3 a 0 sobre o Grêmio encaminhou a conquista do título estadual, que seria confirmada uma semana depois, no Estádio Olímpico, no empate em 0 a 0. Nos últimos anos, depois de participar da primeira divisão nacional, o Caxias passou pelas séries B e C, até que em 2015 acabou caindo para a D. Em 2016, não conseguiu avançar nesta, ficando sem garantia de participar de competição nacional.
Já o ano de 2017 foi de recuperação. O clube montou uma grande equipe que acabou ficando em terceiro lugar no Campeonato Gaúcho, conquistando o título de campeão do Interior. Dessa forma, além da continuidade na elite estadual, conquistou um lugar na Copa do Brasil e na Série D de 2018. Com os objetivos mais importantes atingidos, a equipe grená não terá compromissos no segundo semestre. Apenas os times de base manterão as atividades normais, com participação em competições.
Em 2013, o Centenário serviu de casa para o Inter, devido às obras no Beira-Rio para a Copa do Mundo de 2014. De mesma forma, o estádio sediou jogos do Juventude e Grêmio, em eventuais impedimentos e suspensões de suas praças esportivas.
Já em 2017, foi palco de mais uma final do Gauchão. Desta vez, o Novo Hamburgo conquistou o título sobre o Internacional, nas cobranças de penalidades, após empate de 1 x 1 no tempo normal. O Caxias, que perdeu para o Inter, nos penâltis, na semifinal, acabou como Campeão do Interior. Além disso, o meia Júlio Cesar foi premiado por ter feito o gol mais bonito do campeonato, no primeiro jogo das quartas de final, contra o Juventude, no Alfredo Jaconi.
Felipão levou Tite ao Centenário
Então um jovem zagueiro, Felipão vestiu a camisa grená na primeira incursão no futebol nacional, em 1976. Era um jogador sério e firme, já mostrando a liderança ao usar a faixa de capitão da equipe, na qual chegou em 1973. Com relativa técnica, afastava as bolas da forma que podia, algumas vezes dando chutões, o que lhe valeu o apelido de Rei da Rosca, motivo de brincadeiras entre os amigos até hoje.
Mais tarde, na década de 80, Felipão se tornou técnico no Juventude, o rival do Caxias, no final da carreira como jogador, alavancando uma carreira vitoriosa pelo país e exterior.
Em 1978, conciliando as funções de jogador, professor e técnico em competições escolares, Felipão convidou o garoto Tite (inclusive deu a ele esse apelido, ao confundi-lo com outro jovem que era chamado assim) para atuar no Caxias, após uma rápida passagem pelo Juventude. O meia mostrou talento, se profissionalizou e anos depois se transferiu a outros clubes, jogando até que uma lesão, em 1989, determinou seu afastamento dos campos. Depois de começar a carreira como técnico, em 1990, ele comandou o time caxiense em 1991 e 1992. Mas obteve a consagração ao voltar em 1999. No ano seguinte, levou a clube à conquista do Campeonato Gaúcho, a maior da história grená.
Em meio a uma grande crise, com atrasos salariais, Tite conseguiu unir o grupo em torno de uma causa e na final do campeonato superou o Grêmio, que tinha muitos craques, entre os quais Ronaldinho e Zinho. Na sequência, foi para o próprio Grêmio e enfileirou inúmeros títulos.
O clube ajudou a revelar outros grandes nomes do futebol brasileiro, que comandaram a equipe no início de suas carreiras. Entre eles:
Jogadores
Pouca gente se dá conta, mas os dois últimos campeões mundiais de clubes brasileiros contaram com jogadores saídos do Estádio Centenário. Os volantes Wellington Monteiro, campeão em Tóquio em 2006, com o Inter, e Edenilson, que conquistou o título em 2012, com a camisa do Corinthians, se destacaram com a camisa grená antes de serem negociados com essas equipes.
Ao longo de sua história, o Caxias teve muitos jogadores de destaque. O goleiro Bagatini, do mesmo time de Felipão, na década de 70, saiu para o Inter. Em 1990, após o vice-campeonato estadual, o lateral Marques e o meia Ranielli foram para o Palmeiras. O Verdão paulista também levou o zagueiro Paulo Turra e o volante Tite, campeões gaúchos em 2000.
Um dos jogadores mais emblemáticos formados na base grená é o centroavante Washington, conhecido como Coração Valente. Desde a categoria juvenil no clube, ele conquistou alguns títulos e se profissionalizou. Na sequência, atuou em alguns times do país antes de se transferir para a Turquia e o Japão. Voltou ao país para ser campeão nacional pelo Fluminense, antes de abandonar a carreira para preservar a saúde.
Esses são alguns exemplos, pois o clube grená se caracteriza também pela formação de atletas, além das oportunidades que oferece aos técnicos.
Linha do Tempo - Veja mais sobre a história da SER Caxias
Veja aqui os setores e acessos do estádio
Por Elizeu Evangelista
Especial para o Guia de Caxias do Sul